Thursday, August 28, 2008

De férias no Brasil – Dia 6 – Lençóis Maranhenses

A visão avassaladora dos Lençóis

E a escala da nossa pequenez no meio das dunas

Onde se meteu o guia?

O aviãozeco que nos levou a sobrevoar os Lençóis

E a vista aérea. Imensidão, lagos perfeitamente desenhados e dunas a perder de vista

Nunca me esqueço da minha primeira impressão de Paris ser avassaladora. Eu era pequeno e viajei para Paris com os meus pais. Já tinha visto dezenas de fotos da torre Eiffel e sabia que era grande mas quando cheguei aos seus pés e olhei para cima lembro-me de ficar a pensar que aquilo era hiperbolicamente monstruoso, de uma dimensão que eu jamais pudera imaginar. Claro que depois de lá viver e subir 7 vezes em 6 meses à dita torre aquilo já me parecia mais uma repartição das finanças na qual a minha única preocupação era saber se a fila de espera era grande ou pequena.

Vem isto a propósito dos Lençóis Maranhenses, o meu destino após o Rio. Eu já tinha visto centenas de fotos, lido e ouvido dezenas de testemunhos sobre as maravilhas deste lugar mas nada me tinha preparado para a imensidão deste deserto molhado. Mas comecemos pelo princípio.

O despertador tocou às 5h30 e parecia que tínhamos dormido 20h tal era a vontade de sair para os Lençóis. Sabíamos, graças à noitada do dia anterior, que o sol nascia às 5h30 e por isso quisemos sair para o Parque quanto antes, até porque o calor e os turistas começariam a apertar a partir das 10h. Às 6h o nosso guia estava à porta da pousada e lá partimos.

O caminho até ao Parque dos Lençóis já não tinha novidade, mais trilho de dunas e areia mole. O carro parou e parecia então que tínhamos chegado à porta dos Lençóis. Sai do carro e sentimos uma brisa fresca. Óptimo para caminhar. Subimos a primeira duna e ‘Ohhhhhhhhhh!!’. A primeira imagem com que nos deparamos do cimo da duna é impressionante. O deserto. Até onde a nossa vista alcança só se vêem dunas de uma areia imaculadamente branca. Só que, em vez do deserto normal, este tem lagos de uma água verde cristalina. O exotismo é extremo. O que acontece neste deserto é que entre Abril e Junho vem a época de chuvas. Nessa altura as depressões criadas pelas dunas acumulam água, que por sua vez desenvolve algas que tornam a água verde. Julho e Agosto é por isso a melhor época para visitar o parque já que o nível de água está no topo e o tempo é seco e quente, tal como no deserto. Tirando as lagoas, tudo o mais é como o deserto. Areia, areia, mais areia, dois oásis onde vivem 10 famílias e vento. Nada me tinha preparado para aquilo. Calamo-nos. Tentamos captar os sons. Nada. O silêncio mais absoluto.

O nosso guia insistia em tirar cada foto de todos os ângulos possíveis e nós em que ele fosse embora. Finalmente ele lá foi e nós pudemos apreciar a tranquilidade do deserto a sós. Mas o tempo urgia e fomos a correr para o aeródromo de Barreirinhas onde nos esperava um avãozeco que nos iria levar a sobrevoar as dunas. Do ar a impressão não muda. Imensidão, beleza exótica, avassaladora. As fotos que tirámos não fazem juz à paisagem.

Deixar Barreirinhas custou porque merecia algum tempo mais para apreciar todas as belezas das dunas, do Rio Preguiças, das encantadoras aldeias. Talvez numa próxima vez...

1 comment:

Bad Girl said...

Já se escrevia mais qualquer coisa, não?
B3ijos