Tuesday, February 26, 2008

The Underdog

Éramos apenas 12 para jogar um torneio de um fim-de-semana com 3 jogos por dia, quando a maioria das equipas tinha entre 18 e 25 jogadores. Éramos os pobrezinhos do torneio, aqueles com quem todos simpatizam. Vimos de um MBA relativamente pequeno (380 admitidos anualmente contra 800 a 1000 dos maiores). Saímos todas as noites até altas horas da madrugada apesar de jogar as 8h30. Lesionam-se dois jogadores ao fim do terceiro jogo e outros dois pouco mais podem que andar depressa. Os árbitros têm pena de nós porque, na realidade, damos pena em campo.

E eu pergunto. Como é que nestas condições consegue uma equipa chegar a final de um torneio de futebol? Para qualquer bom entendedor de futebol a resposta devia ser imediata: catenaccio! Sim senhor, somos os mestres do catennacio. Apenas um golo encaixado e de penalty e um golo marcado por jogo, todos de bola parada e jogada ensaiada. Já dizem os italianos: são as defesas que ganham torneios.

Claro que, no final do domingo, nenhum de nós conseguia andar em condições normais, mas isso foi secundário. Ninguém pensava sequer conseguir chegar ao segundo dia de torneio, quanto mais chegar ao fim do segundo dia ainda a jogar. O episódio cómico foi que, tal era a confiança na equipa, que 3 marcaram voo para 30m depois da final, o que obrigou a antecipar a final para que eles pudessem chegar a tempo ao avião. Gosto de ser o Underdog.

Saturday, February 23, 2008

Austin, Texas

Este fim-de-semana vou estar em Austin, Texas. A razão é o torneio de futebol de MBAs. Vão ser uns dias duros, como sempre. Hoje foi o dia de treino e verificação dos campos. A temperatura está fantástica, céu aberto e sol, perfeito para um fds de bola. Amanhã três jogos, domingo mais três e depois vai ser uma ressaca física :)

Entretanto vamos tendo tempo para conhecer Austin e a noite texana…

Tuesday, February 19, 2008

Paris Hilton Birthday Party in Vegas

What happens in Vegas stays in Vegas. Este é o princípio fundamental e inviolável da viagem deste fds prolongado. Quando no avião de regresso a casa começámos a relembrar as histórias da viagem chegámos a conclusão que, à pergunta:

Então como é que foi Las Vegas?

A resposta só pode ser:

Fomos ao casino, saímos numas discotecas e foi divertido. Ah! E fomos à festa de aniversário da Paris Hilton. A festa foi do melhor se bem que a aniversariante era de todo dispensável. Não há pachorra!

E tiraram fotos?

Temos fotos do aeroporto... As fotos são perigosas.

Falta apenas dizer que, em votação renhida, o prémio Nicolas Cage da viagem foi ganho por Chespirito e o prémio Elisabeth Shue foi entregue por aclamação a MCC.

Thursday, February 14, 2008

A farsa do Valentim

Antes de mais, daqui a umas horas estou a apanhar o voo para Las Vegas, onde vou ficar até terça-feira a celebrar o Valentim com mais 11 macacos. Digam lá que não é romântico.

Tenho também a dizer que, apesar de não o celebrar, tão pouco sou um opositor ferrenho ao dia do Valentim. Mas sejamos honestos, já alguém estudou a história do Valentim para perceber porque raio o gajo está associado ao chamado amor? Vamos cá decompor esta farsa.

Ponto 1. O Valentim ficou famoso por celebrar casamentos quando a coisa era proibida. Ora bem, como toda a gente sabe, o casamento é aquela fase da vida em que o gajo passa a ter barriga, a gaja veste o fato de treino e ficam os dois o fds em casa a ver a novela (ela) e a bola (ele) em quartos separados, enquanto berram um para o outro “o teu filho esta a fazer merda!”. Alguém me diz onde esta o amor neste cenário?

Ponto 2. A suposta cena romântica do Valentim vem do facto de, quando o gajo estava preso, os “jovens” lhe atirarem bilhetinhos e flores para a cela. Ora meus amigos, os “jovens” do século I (sim, UM) que idade tinham? E a atirarem bilhetinhos para um bispo, estamos a falar de quê?? Mas é claro que quero chegar aí, chama-se pedofilia. E anda a malta a celebrar estas coisas…

Ponto 3. O outro aspecto romântico da vida do Valentim vem do facto de uma jovem cega (a parte de ser jovem já foi discutida no ponto anterior) se ter apaixonado pelo Valentim (enfim, supostamente o bispo nem devia saber que tem alguma coisa entre as pernas, mas dou isso de barato) e graças a tal fenómeno ter recuperado a visão. Oh meus amigos!! Mas é obvio que recupera a visão. Toda a gente sabe que o amor é cego. Portanto, a partir do momento em que deixou de haver amor, ela passou a ver.

Ou seja. Aqueles que celebram este dia, deviam pensar que, no fundo, estão a celebrar o dia dos casamentos (não dos namorados) graças ao facto de um bispo pedófilo que não sabe conter os seus instintos sexuais ter feito com que uma jovem apaixonada perdesse toda a ilusão pelo amor, resultado do qual passou a ver. Ide para vossas casas e pensai sobre o assunto. Eu vou para Las Vegas jogar um Black Jack.

Tuesday, February 12, 2008

As Mulheres e o Efeito Sinalização

Uma aula de economia aplicada

A eterna guerra dos sexos está na moda no meu mundo bloguista. E eu, invejoso, como não quero deixar de estar na moda, vou meter a minha colherada com base em acontecimentos bem frescos. Este é um post para todas as idades, não pretendo fazer deste blog um confessionário público.

Se não estou em erro, o efeito sinalização é um fenómeno que começou a ser estudado no âmbito da teoria económica. De forma simplista, o efeito sinalização consiste num acto (acção ou anúncio) que um agente envia para o mercado de forma a provar o seu compromisso com uma determinada decisão. Chinês? Ponhamos um exemplo. Na recente crise americana, após a anunciada descida de impostos, o governo anuncia um pacote de medidas para aumentar o investimento público. Este anúncio pretende sinalizar para o mercado a confiança do governo na economia com o objectivo de levar os consumidores, agora com mais dinheiro no bolso por causa da descida dos impostos, a gastar esse dinheiro extra em vez de o poupar.

O efeito sinalização tem sido entretanto estendido a outras áreas para explicar muitas situações em que levamos as mãos à cabeça com a típica expressão asterixiana “Le Ciel me tombe sur la tete”. Por exemplo, é um fenómeno que se repete em processos de recrutamento. Quando eu estou desempregado é-me mais difícil arranjar emprego porque o meu desemprego sinaliza ao mercado que eu sou um activo pouco desejado (se alguém me despediu…). No entanto, assim que eu recebo uma oferta é frequente receber mais do que uma, precisamente pelo mesmo efeito sinalização: se X viu valor em mim, então Y vai confiar nesse julgamento.

Todo este bla bla vem a propósito do efeito sinalização com as mulheres. Lamento não poder estender a análise ao sexo oposto mas não me julgo suficientemente independente para poder apreciar o efeito simétrico. O efeito sinalização aplica-se ao mercado do engate. Isto é algo que me veio recentemente à cabeça mas que, pensando retrospectivamente, tem fundamento empírico. Falando tecnicamente, se eu quero engatar uma gaja e esta se mostra reticente e com dúvidas, a melhor forma de conseguir o engate é engatar outra e fazê-lo publicamente. O efeito sinalização faz o resto. Falando do meu caso, o que a gaja pensa ê: se aquela está com ele e o gajo é um camafeu, tem que ser muito bom na cama e ter uma pila muito grande. Pardon my french. Objectivo conseguido, no dia seguinte é só escolher. Obviamente, este efeito não se aplica apenas a camafeus e funciona apenas em situações específicas, como a que descrevi em cima. Ou seja, o facto de eu sair com a minha vizinha à frente da Giselle Bundchen apenas sinaliza que eu estou tão desesperado que até saio com a minha vizinha. Por outro lado, o resultado (como todo o efeito sinalização) depende duma característica fundamental: ser credível. Ou seja, pagar a uma prostituta para se exibir em frente à gaja apenas sinalizará, uma vez mais, o meu desespero.

Se evitarem as duas situações descritas, eu posso assegurar que o efeito sinalização é, de facto, poderoso. Porém, como nada é perfeito, isto tem os seus quês que se chamam efeitos colaterais. No dia seguinte é preciso tomar uma decisão: fico com as duas, fico com uma e com qual delas. É o princípio fundamental da economia: só existe porque existem bens escassos. E se antes do efeito sinalização o bem escasso são as mulheres, após o efeito os bens escassos serão o orçamento e a sanidade mental.

Monday, February 11, 2008

Vinhos e Provas

O dia despertou solarengo depois do nevão de ontem. Bom sinal – pensei eu. Afinal, sair de casa é mais fácil com uns raios de sol na cara. A noite de ontem foi estranhamente calma para um sábado e assim a ida para o chuveiro menos dolorosa que o previsto. O tempo de New England, porém, é profuso em surpresas e mal acabei de me vestir o céu estava cinzento; quando abri a porta da rua já chovia. Merda!

Enfim, pelo menos vou passar uma tarde a beber vinho do melhor. Welcome to the 17th Annual Boston Wine Expo dizia o cartaz à porta do World Trade Center. E voltei a sorrir :)

O dia de provas foi do mais divertido, sobretudo porque a maioria da galera resolveu que cuspir era um desperdício e portanto pela hora do almoço já estava tudo a andar em curvas. Ainda por cima ainda encontrei o Lobo no stand de Portugal, uma completa surpresa.

E o dia acabou num bar obscuro do sul de Boston, ao lado do prédio onde o Martin Sheen foi atirado do telhado no filme The Departed. Fossem todos os domingos assim e talvez se desculpasse a chuva que, entretanto, se transformou em neve a partir da tarde.

Saturday, February 9, 2008

Rumor


Rumor é uma instituição da nossa escola, MIT Sloan pois claro. Não estou aqui a falar de nenhuma campanha de boatos mas de uma discoteca de Boston para onde rumamos todas as quintas-feiras, quase sem excepção.
O porquê desta devoção é difícil de explicar. Os porteiros e seguranças são em geral extremamente mal-educados e brutos, mesmo para gente que, como nós, aí gasta todas as semanas e tem mesa reservada semanas após semana. É também um dos locais mais caros de Boston e habitualmente está cheio ao ponto de quase não se conseguir assentar pé no chão. Então porque razão continuamos a rumar ao Rumor religiosamente? Poderia dizer que a inércia é a primeira das razões, mas na realidade há motivos válidos para que esta tradição se mantenha. As melhores quintas-feiras de Boston acontecem no Rumor, o ambiente é excelente e, talvez ainda mais importante, a selecção de música latina é impagável. Obviamente a inércia joga o seu papel. Vamos porque sabemos que sempre encontramos alguém conhecido, ou porque não queremos perder tempo a pensar em planos alternativos. Mas, independentemente das razões, o facto é que estamos no Rumor todas as quintas. E aí temos a nossa mesa reservada, do nosso lado esquerdo a mesa da malta do segundo ano do MBA, do nosso lado direito a mesa da malta de Harvard.
O outro facto é que as quintas-feiras de Rumor dão geralmente que falar e têm sido fonte de momentos memoráveis. Talvez os pormenores sejam demasiado sórdidos para este mui respeitável blog mas aqueles que forem mais curiosos têm uma solução fácil: venham a Boston enquanto eu estiver por cá e ficarão a conhecer a magia das quintas-feiras no Rumor.

Thursday, February 7, 2008

São mantas senhores

A pedido de algumas famílias, cá deixo mais algumas fotos invejáveis a socializar com as mantas no meio do oceano. Sim, são mesmo mantas e estamos em pleno oceano sem terra a vista :) Ah! Talvez não saibam que foi um destes bichinhos adoráveis que matou o famoso Steve Irwin, o Crocodile Hunter australiano.




Wednesday, February 6, 2008

Cayman Islands






Na semana passada estive na ilha de Grand Cayman e só posso recomendar a visita. Um grupelho de cerca de 10 MITianos meteram-se num avião e fomos encontrar-nos com uns amigos que vivem ai (ai paraísos fiscais) e que não podem estar melhor.
O aeroporto é do melhor estilo das Caraíbas, uma pista, uma casota mal montada, musica ao vivo a sair do avião e pouca segurança. O tempo estava impecável, a água idem. O que mais me impressiona do mar das Caraíbas, e isto é algo que sempre surpreende por mais vezes que o vejamos, é a paleta de cores do oceano, com tons que dificilmente poderíamos imaginar se não fossem realidade. As fotos não mostram nem metade do que é a realidade.
De resto, o programa que os locais nos montaram foi do melhor. Passo a detalhar:
- Jantarada com pé na areia
- Party Bus (que percorreu mais bares e discotecas do que aqueles que nos conseguimos lembrar)
- Snorkling e mergulho numa água mais que límpida
- Party boat e Stingray City (fenomenal!)
- Super Bowl Party
A minúscula selecção de fotos é uma pequena amostra do que foi a viagem. Quando alguém quiser visitar eu posso servir de guia :)

Regresso as aulas e Leilões

E eis que ao fim de um mês de blog eu finalmente falo de aulas. É verdade! Eu estou aqui para estudar, apesar de não parecer por vezes.
Hoje foi o primeiro dia de aulas do segundo semestre. Mega confusão porque ainda anda tudo a tentar meter-se nas cadeiras que não conseguiu apanhar nos leilões. Sim, porque aqui eu escolho as minhas opcionais ao estilo ebay, 1000 pontos por aluno para cada semestre e toca a usar a melhor estratégia para leiloar os créditos necessários nas cadeiras que realmente queremos.
O meu resultado não foi mau, só estou pendente de ser aceite numa cadeira e de resto consegui cadeiras populares com professores excelentes. Tenho uma cadeira que promete ser um viveiro de citações durante o semestre. A cadeira é sobre ‘Economic Issues’ e o tema de hoje era o papel da mulher na economia. Durante 90 minutos de aulas houve algumas pérolas:
“Who are the happiest people? Single women and lesbians. It’s proven! There are studies on that. You know who are the unhappiest people? Single men.”
“Women who want a career need a househusband. Look around, see which women got to the boards and you’ll see. There is no way you can have 2 careers in a family with kids. So women, if you’re looking for a career, look around. These men are not the men you want to marry with.”
“Companies lie all the time. When you’re in a plane and they tell you how to use the life jacket? They’re lying! The truth is that if a plane crashes in the sea YOU DIE! It never happened that a plane crashed in the sea and there were survivors. So what companies should say is, if we have an accident over the sea, we’ll all die”
Isto promete! :)

Tuesday, February 5, 2008

Estou de volta...

… depois de 5 dias em Grand Cayman. As fotos e histórias virão nos próximos dias, para já tenho que me adaptar novamente ao frio e ao reinício das aulas. Demasiado de uma só vez!